quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Quem era Jorge Álvares?
Jorge Álvares nasceu em Freixo de Espada à Cinta. Não se sabe ao certo em que data, mas pensa-se que tenha sido no ano 1509 ou 1510. Era um homem do povo e, como outros portugueses do seu tempo, decidiu embarcar nas naus da carreira da Índia e procurar melhor vida no Oriente. A maneira como conduziu o seu destino e o facto de ter enriquecido permitem pensar que era forte, corajoso, capaz de resistir aos perigos das viagens que o levaram primeiro à Índia, depois a Malaca, à China e depois ao Japão, país que foi um dos primeiros europeus a visitar. Pode concluir-se também que era astuto, inteligente e que soube adaptar-se a climas diferentes, a novos tipos de alimentação, a novos hábitos e costumes. Tudo indica que terá aprendido outras línguas, talvez não com grande profundidade, mas dominando vocabulário suficiente para poder comunicar, comerciar e fazer sociedades com mercadores dos vários locais que percorreu. Jorge Álvares vivia a maior parte do tempo na sua casa de Patane, perto de Malaca. Possuía vários navios que circulavam no oceano Índico, nos mares da China e do Japão carregados de mercadoria que comprava e vendia conseguindo bons lucros. De uma maneira geral, os seus navios partiam de Malaca carregados de especiarias, de plantas tintureiras e de madeiras preciosas para vender na China, onde os seus colaboradores compravam porcelanas, papéis, tecidos de seda e de algodão. Depois levavam esses produtos ao Japão e trocavam- -nos por sabres, espadas, prata e ouro em lingotes ou em pó. Do Japão voltavam à China e daí a Malaca, sempre a fazer comércio pelo caminho. Naquela época, a maior parte dos portugueses, sobretudo sendo homens do povo, não sabia ler nem escrever. No entanto, Jorge Álvares, fosse lá como fosse, aprendeu e a ele se deve o primeiro texto escrito por um europeu sobre o Japão, texto que veio a ser publicado mais tarde com o título Informação das Coisas do Japão. Ignora-se se Jorge Álvares morreu no Oriente ou se regressou a Portugal. Em Freixo de Espada à Cinta foi erguida uma estátua em memória deste ilustre filho da terra.

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