segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CANTINHO da LEITURA
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 6º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.
Um avô que fica sozinho na aldeia. A cidade não o seduz, apesar de aí residir a escassa família que possui. O recurso a um lar de idosos para afastar a solidão daquele avô que precisa que alguém cuidasse dele. As visitas da família são frequentes mas rápidas, pois os visitantes "desta casa têm sempre muita pressa". Mas há o neto que não se esquece do que o avô lhe ensinou e está sempre pronto a satisfazer-lhe todos os caprichos.

OPINIÃO SOBRE O LIVRO...
A Casa das Bengalas, de António Mota, é um livro pequeno mas grande que nos faz reflectir sobre algo que, segundo a ordem normal da vida, é inevitável – a VELHICE – a decadência física, a dependência, o amanhã e o – agora para onde vou?
Em A Casa das Bengalas “revivemos” os nossos queridos avós e bisavós, o drama de quem fica com quem, de quem toma conta, de quem limpa, de quem perde o fim-de-semana para ouvir repetidas, recontadas e “repisadas” histórias de há quinhentos anos.
Não é “lamechas”, não! No entanto, não deixamos de recordar com saudade, com ternura, e mesmo com uma lágrima envergonhada ou “desavergonhada”, aquele ou aquela amigo/a incondicional dos nossos momentos mais felizes e menos felizes. Aquele/a que nos trazia amorosamente ao colo ou às costas, a fazer deste ou daquele animal; que escondia deliciosas gulodices naquele sítio tão secreto e tão pouco secreto que “refingíamos” descobrir mal chegávamos para a visita mensal.
Que saudades daquele tempo em que chegava a casa e dizia – avô, hoje aprendi o sete! ou – repara, avó, como sei dançar em pontas; um dia quero ser bailarina!
Não é esta a história, não será esta a sinopse do livro, mas é isto que lá está, é isto que eu “vejo” e que, mais tarde, quando passarem, alguns anos, tu também verás!

Foi uma agradável surpresa, porque o livro é muito interessante. Não é um livro de aventuras, de suspense, de cenas irreais, fantásticas como eu estava à espera. Contudo, é um livro que reúne todos os ingredientes. É um livro com uma linguagem simples, é realista, fala de um problema actual (os idosos), tem cenas divertidas, lida com emoções, faz-nos reflectir e, ao mesmo tempo, transmite-nos sentimentos de amor, de nostalgia (...), egoísmo(...)
Este livro é muito profundo, na sua essência. As descrições são de tal maneira perfeitas que, se eu fechar os olhos, consigo visualizar as várias personagens. A sensibilidade do escritor é tão grande, que penso que, o problema aqui retratado, deve ser bastante familiar ao autor.
Agradeço muito ao escritor António Mota por me ter enriquecido como pessoa e me ter provocado emoções de vária natureza. Este foi o primeiro de muitos outros livros que pretendo ler deste grande escritor.
BIOGRAFIA de ANTÓNIO MOTA
Escreveu em 1979 o seu primeiro livro, A Aldeia das Flores e publicou dezenas de obras. Alguns dos seus livros estão publicados no Brasil e traduzidos em castelhano, galego e sérvio.
Recebeu vários prémios, dos quais se destacam o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1983) para O Rapaz de Louredo, o Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens (1990) para Pedro Alecrim, o Prémio António Botto (1996) para A Casa das Bengalas, o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens (2006, categoria Livro Ilustrado) para ´´Se eu fosse muito magrinho``.2 3
Em 2008 foi agraciado com a Ordem da Instrução Pública.4
Em 2010, foi nomeado para os Prémios de Autor da SPA/RTP na categoria Literatura Infanto-Juvenil com “Pinguim” (Gailivro, ilustrações de Alberto Faria).
Em 2012 foi nomeado como candidato português ao prémio literário sueco Alma 2013.

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